Longevidade significa viver muito, todas sabemos. Mas como fazemos para viver muito, o máximo que nossa carga genética nos permite, com saúde e autonomia? Prevenindo e tratando o que está começando a adoecer e também tratando a doença se ela já apareceu. Para isso é necessário entender como envelhecemos e como adoecemos. Ninguém acorda velho ou acorda doente. Certo? Então os cuidados estão nos detalhes e em não esperar adoecer ou envelhecer para começar. EXEMPLO: Uma paciente de 25 anos com triglicerídeos de 110. No exame diz que o normal é até 150. Mas qual o ideal?
A faixa da normalidade de um exame é muito grande, estar no normal pode não significar que já não esteja acontecendo algo que está sobrecarregando o corpo. Uma menina de 25 anos não deveria ter um triglicerídeos maior que 85 e não menor de 50. Esse é o ideal. Por quê? Esses são os valores que encontramos nas pessoas de populações longevas, centenários. Da mesma forma todos os outros parâmetros avaliados são interpretados. O risco de diabete, de doenças cardiovasculares, de doenças neurológicas em uma consulta de longevidade é baseado no início do problema, quantas pessoas vão consultar em uma semana e tem infarto na outra? Mas os exames estavam bem, dizem. Estavam mesmo? Tem que existir um conhecimento desses mecanismos para não acontecer esse tipo de coisa. Quem já está doente deve tratar a doença e também saber como a doença se forma e como fazemos para diminuir sua progressão. (A maioria das doenças do envelhecimento são degenerativas, esgotamento de funções que mantém a saúde).
Sou ginecologista e como tal meu foco é no envelhecimento feminino e seus riscos. Nosso envelhecimento tem tempo e mecanismos diferentes do masculino. A menopausa é um exemplo claro disso. E como já falei em outros posts não tem como tratar a menopausa só dando hormônios, tenho de avaliar como está o envelhecimento global dessa mulher.
As vezes iniciar direto com hormônios é como começar o bolo pelo fermento, precisamos dele, mas deve ser o último ingrediente.